Um novo estudo publicado no JAMA Network Open revela que ventiladores elétricos de alta velocidade oferecem apenas benefícios limitados na proteção de idosos durante ondas de calor, especialmente em ambientes internos.
Conduzida por universidades australianas em parceria com o Instituto Cardíaco de Montreal, a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (30) avaliou 58 adultos com mais de 60 anos em diferentes cenários de calor úmido e seco.
Descobertas do estudo
- Durante exposições a 38 °C com 60% de umidade, o ventilador reduziu a temperatura corporal central em apenas 0,1 °C, promovendo maior sudorese e sensação de conforto.
- No entanto, esse resfriamento foi insuficiente para impedir o acúmulo de calor interno.
- Já em condições secas e extremas (45 °C e 15% de umidade), o ventilador aumentou a temperatura corporal em 0,3 °C, agravando o desconforto térmico.
- Nessas situações, o ventilador parece impulsionar o calor ambiente contra o corpo, tornando-se contraproducente.
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Testes com borrifamento de água morna na pele — para simular suor — mostraram melhora no conforto, mas sem efeito significativo na temperatura corporal central, especialmente quando combinados com o uso de ventilador.
Em alguns casos, a hidratação da pele chegou a inibir o suor natural, prejudicando a regulação térmica.
Outras formas de proteção são necessárias
Dado o risco cardiovascular elevado em ondas de calor, os pesquisadores concluem que ventiladores sozinhos são insuficientes para proteger idosos — grupo mais vulnerável a eventos climáticos extremos.
Intervenções adicionais, como centros públicos de resfriamento e alertas de calor mais precisos, são recomendadas para mitigar os efeitos adversos em populações de risco.
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