Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e da empresa de testes genéticos 23andMe identificaram regiões do genoma humano associadas ao uso e à frequência do consumo de cannabis — sugerindo que a vulnerabilidade ao vício pode ter base genética.
O estudo, publicado na Molecular Psychiatry, analisou dados genéticos e respostas de cerca de 132 mil participantes.

Descobertas do estudo
- Por meio de uma análise genômica ampla (GWAS), os cientistas encontraram dois genes principais ligados ao uso de cannabis ao longo da vida.
- O CADM2, relacionado à impulsividade e obesidade, e o GRM3, associado à esquizofrenia e ao transtorno bipolar.
- A pesquisa identificou ainda mais de 40 genes com possíveis vínculos genéticos ao consumo e quatro relacionados à frequência de uso.
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Relação entre genética e vício não está comprovada
Segundo os autores, essas descobertas não indicam que a genética determine o vício, mas revelam vias biológicas comuns entre o uso de cannabis e outros traços psiquiátricos e cognitivos.
“Entender a genética dos comportamentos iniciais pode ajudar a identificar quem está em maior risco e orientar estratégias de prevenção”, afirmou a pesquisadora Sandra Sanchez-Roige.
Nos EUA, onde a maconha é legal em 24 estados, estima-se que 20,6 milhões de pessoas sofram de transtorno por uso de cannabis — condição para a qual ainda não há tratamentos farmacológicos aprovados.

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