Conforme noticiado pelo Olhar Digital, na noite de segunda-feira (22), o primeiro foguete comercial lançado a partir do Brasil teve sua missão interrompida poucos segundos após a decolagem. O HANBIT-Nano, de origem sul-coreana, explodiu ainda na fase inicial do voo, que, felizmente, era não-tripulado.
Uma gravação feita por drone capturou o instante exato em que o foguete se desintegra no ar e se transforma em uma grande “bola de fogo”, segundos após a decolagem, às 22h13 (horário de Brasília) a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O registro foi feito pelo youtuber Pedro Pallotta, responsável pelo canal Space Orbit, que acompanhava o lançamento diretamente do local.
Drone flagra o momento exato em que o foguete sul-coreano HANBIT-Nano explode no céu e forma uma “bola de fogo” instantes após a decolagem do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O registro foi feito pelo youtuber Pedro Pallotta, responsável pelo canal Space Orbit, que… pic.twitter.com/a7rEkVNQy5
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Durante a transmissão oficial da Innospace, empresa responsável pelo foguete, surgiu na tela a mensagem “Nós enfrentamos uma anomalia durante o voo”, em inglês, indicando que um problema havia sido detectado. Pouco depois desse aviso, o sinal da transmissão foi interrompido. Esse tipo de procedimento é considerado padrão em lançamentos espaciais quando não seguem conforme o planejado ou precisam ser abortados por razões de segurança.
As imagens acompanharam a trajetória do HANBIT-Nano por pouco mais de um minuto. Duas câmeras instaladas nos estágios do foguete mostraram o veículo atingindo Mach 1, quando ultrapassa a velocidade do som. Na sequência, o foguete avançou em direção ao espaço até se aproximar do chamado Max Q, momento do voo em que a estrutura enfrenta o maior estresse aerodinâmico devido à combinação de alta velocidade e densidade da atmosfera.
Logo após essa fase crítica, a transmissão foi encerrada pela empresa, o que impediu o acompanhamento visual do restante do voo. Pouco depois, imagens independentes indicaram que o veículo havia explodido no ar.
Imagens de fonte não identificada mostram o momento em que o foguete HANBIT-NANO começa a cair, a imagem indica que foi acionado o sistema de terminação de voo, FTS, que detonou o foguete em seguida caiu no solo, em nota a FAB confirma que os bombeiros do CLA estão no local pic.twitter.com/jpdpMkudsj
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Explosão de foguete não pode ser considerada derrota, diz youtuber
Em sua análise, Pallotta explicou que o foguete conseguir deixar a base já representa um marco importante. Ele relata que, por volta de 40 a 50 segundos após a decolagem, o veículo perdeu potência e explodiu, com partes retornando ao solo.
O youtuber destacou que falhas fazem parte do desenvolvimento de foguetes orbitais e lembrou que “quase nenhuma empresa conseguiu fazer lançamentos de classe orbital de primeira”. Para ele, o episódio deve ser encarado como aprendizado, e não como fracasso.
Em outro trecho da avaliação dos fatos (que você pode assistir na íntegra aqui), ele afirmou que “não é para ter vergonha do Brasil, nem da Innospace, muito pelo contrário”, citando que até empresas consolidadas do setor, como a SpaceX, enfrentaram diversas falhas antes de alcançar sucesso.
Pallotta acredita que a falha pode ter ocorrido próximo ao Max Q. “Pode ter sido ao passar da velocidade supersônica, mas não temos certeza nem informação oficial”. Ele ressalta que apenas a investigação permitirá esclarecer o que realmente aconteceu.
Para o produtor de conteúdo, “o Centro de Lançamento de Alcântara fez o seu trabalho perfeitamente”, ao garantir infraestrutura e condições seguras para o lançamento, o que considera uma vitória para o país.
CEO da Innospace publica carta com pedido de desculpas
Após a explosão, equipes da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Corpo de Bombeiros do CLA foram acionadas para avaliar os destroços e a área do impacto. A FAB informou que as causas do incidente estão sob investigação.
No site da Innospace, Kim Soo-jon, CEO da empresa, divulgou uma carta aos acionistas pedindo desculpas pela missão não concluída. “Lamentamos profundamente não termos conseguido atender às expectativas de nossos acionistas, que apoiaram nosso primeiro lançamento comercial”.
Ele reforça que não houve danos a pessoas ou instalações e que todos os protocolos de segurança seguiram padrões internacionais. “Neste momento, não estamos tirando conclusões precipitadas sobre causas específicas, mas focados em verificar objetivamente os fenômenos observados no ambiente real de voo e validá-los de forma sistemática. Os resultados da análise serão compartilhados de maneira transparente assim que forem consolidados”.
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