Um novo registro feito a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) mostra uma cena rara: um “trem” de satélites da SpaceX cruzando o céu enquanto auroras verdes brilham logo abaixo. O vídeo foi capturado pelo astronauta da NASA Don Pettit, conhecido por sua habilidade como fotógrafo amador, durante sua mais recente missão espacial.
As imagens mostram a luz do Sol refletindo intensamente nos satélites da constelação Starlink, criando um espetáculo luminoso visível até mesmo em meio à aurora. Pettit publicou o vídeo em sua conta no X (antigo Twitter) na última terça-feira (7), relatando que muitos dos satélites eram “tão brilhantes quanto Júpiter”, chegando a brilhar por até dez segundos consecutivos.
Assista ao vídeo publicado pelo astronauta:
My best sighting of a Starlink satellite “train” from orbit! pic.twitter.com/WratClL8NJ
— Don Pettit (@astro_Pettit) October 7, 2025
Reflexos no espaço e preocupações na Terra
O brilho observado impressionou até mesmo astrônomos. Para comparação, Júpiter atinge magnitude −2 no céu noturno — o que o torna um dos astros mais luminosos, atrás apenas de Vênus (magnitude −4) e do Sol (magnitude −26). Pettit completou recentemente uma missão de 220 dias na ISS, encerrada em 20 de abril, data em que completou 70 anos. Desde então, ele tem publicado gradualmente fotos e vídeos feitos durante o período no espaço.

Atualmente, a constelação Starlink conta com cerca de 8,6 mil satélites operacionais, segundo dados do astrônomo e especialista em detritos espaciais Jonathan McDowell. O projeto busca expandir o acesso à internet em áreas remotas, mas também tem levantado preocupações entre astrônomos e ambientalistas.
Impacto dos satélites em observações astronômicas
O principal ponto de atenção é a luminosidade dos satélites, que pode interferir em observações astronômicas e comprometer a qualidade de imagens captadas por telescópios. Esses “trens” de Starlink são especialmente visíveis logo após o lançamento, quando ainda estão se ajustando à órbita.
Outro tema debatido é o risco de colisões e acúmulo de detritos espaciais, já que o número crescente de satélites aumenta a chance de incidentes. Além disso, sua reentrada na atmosfera pode liberar metais que afetam a composição atmosférica e contribuem para a poluição.
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SpaceX faz ajustes e planeja expansão
Diante das críticas, a SpaceX afirma ter ajustado a refletividade de parte dos satélites para reduzir o impacto visual e reforça que todos podem ser manobrados em caso de risco de colisão. A empresa, no entanto, segue com planos ambiciosos: pretende ampliar a constelação para até 42 mil satélites nos próximos anos, consolidando a rede de internet global via espaço.
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