Quando você enfrenta um frio de 10ºC ou até mesmo um pouco abaixo de zero em alguma região no Brasil acredita estar “congelado”, não é mesmo? Agora imagina só estar em uma temperatura muito mais extrema do que essa. É o que pode acontecer caso esteja no planalto oriental da Antártida, considerado o lugar mais frio do mundo.
Uma pesquisa desenvolvida por especialistas do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo da Universidade do Colorado em Boulder, revelam que algumas partes do Planalto Antártico Oriental acima de Vostok , mais especificamente em trechos elevados da camada de gelo, entre 3.800 e 4.050 metros acima do nível do mar, já apresentaram temperaturas extremas de até –98 °C durante os longos meses de inverno sem luz solar.
Para chegar a essa constatação, os pesquisadores realizaram a análise de dados de satélite coletados entre 2004 e 2016 na Antártica Oriental.
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Por que tanto frio?
Os cientistas destacam que as condições mais extremas ocorrem quando há um fortalecimento do Antarctic polar vortex — uma massa de ventos intensos que circunda o continente, aprisionando o ar gélido por longos períodos e impedindo que ele seja dispersado.
Além do frio natural: os limites da ciência
Embora os –98 °C representem o ápice do frio medido na Terra, já existem experimentos de laboratório que alcançaram temperaturas muito mais baixas.
Em 2021, um grupo de físicos alemães resfriou gases até 38 picokelvins — um valor quase inimaginável, extremamente próximo do zero absoluto (–273,15 °C), onde os átomos praticamente deixam de se mover.
(Imagem: Anusorn Nakdee/Shutterstock)
Isso serve para lembrar que os recordes de frio “naturais” têm limites impostos pelas condições geográficas e atmosféricas, mas que, no âmbito da física, o frio pode chegar a patamares ainda mais extremos.
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