Wi-Fi 8 será voltado para IA e já tem previsão de estreia; veja o que esperar

A próxima geração da tecnologia sem fio já tem nome, direção e previsão de estreia. Durante uma conferência com jornalistas, do qual o Olhar Digital participou, a Intel revelou que o Wi-Fi 8 deve chegar a partir do final de 2027, com foco em aplicações de IA e eficiência em ambientes reais.

O trunfo da tecnologia não é a velocidade superior em relação às versões anteriores, mas sim a confiabilidade e desempenho. Veja o que esperar do Wi-Fi 8 nos próximos anos.

Wi-Fi 8 deve promover internet mais confiável, principalmente em aplicações de IA (Crédito: ymgerman/Shutterstock)

Wi-Fi 8 promete uma nova fase de conectividade

Segundo Carlos Cordeiro, executivo global da Intel e Wireless CTO, a tecnologia promete inaugurar uma nova fase da conectividade, menos centrada em recordes de velocidade e mais focada em confiabilidade, inteligência e desempenho determinístico, pilares essenciais para a expansão de aplicações baseadas em inteligência artificial.

Enquanto o Wi-Fi 7 consolidou avanços de capacidade e segurança, o Wi-Fi 8 não deve mudar as especificações técnicas, mas sim o desempenho em condições reais, como em ambientes congestionados (redes domésticas ou empresas, por exemplo) e em casos de mobilidade.

A expectativa do setor é que a nova geração reduza em pelo menos 25% a latência, 25% a perda de pacotes e melhore em 25% o throughput (quantidade real de dados transmitidos por segundo), especialmente em longas distâncias ou sob interferência.

Pilares do Wi-Fi 8 (Imagem: Intel/Reprodução)

Wi-Fi mais inteligente

O grande diferencial do Wi-Fi 8 não é a velocidade bruta, mas a capacidade de entregar um desempenho consistente, mesmo em condições adversas. Para isso, a tecnologia aposta em novos mecanismos de acesso ao canal, melhorias robustas no uplink, codificação mais inteligente por fluxo espacial e uma série de novos esquemas de modulação.

Outro marco é a ampliação de recursos voltados à inteligência artificial, incluindo Wi-Fi sensing (detecção de presença e movimento por sinais) e Wi-Fi proximity ranging (medição precisa de distância entre dispositivos). Esses mecanismos, somados a novas ferramentas de qualidade de serviço, abrem caminho para ambientes mais automatizados.

Além disso, o Wi-Fi 8 será o primeiro desenhado especificamente para aplicações baseada em IA. Entre os exemplos previstos:

  • Salas de reunião inteligentes, onde gestos captados pelo próprio Wi-Fi avançam slides ou ativam comandos sem sensores adicionais;
  • Troca automática de controle entre apresentadores, com base na detecção de proximidade;
  • Desconexão automática quando o usuário sai do ambiente, evitando acessos indevidos;
  • Experiências XR (realidade estendida) mais estáveis, com baixa latência garantida por múltiplos APs coordenados.
Tecnologia terá melhorias de segurança (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)

Mais eficiência e segurança

O Wi-Fi 8 surge em um momento em que ambientes domésticos já reúnem, nos Estados Unidos, entre 17 e 20 dispositivos conectados por residência – número que deve quase dobrar até o fim da década. Nesse cenário, a nova geração promete eliminar “zonas mortas” e priorizar tráfego sensível, como jogos online e videoconferências, sem que dispositivos legados ou Bluetooth prejudiquem a experiência.

No setor corporativo, onde aeroportos, escritórios e centros de convenções acumulam milhares de dispositivos concorrendo pelo mesmo espectro, o Wi-Fi 8 ganha destaque ao introduzir coordenação avançada entre múltiplos pontos de acesso. Com isso, redes deixam de atuar como ilhas isoladas e passam a operar de forma sincronizada para evitar interferências, otimizar uso de espectro e permitir roaming praticamente imperceptível.

O padrão traz ainda avanços importantes em segurança e privacidade, incluindo criptografia expandida em processos de associação, proteção de quadros de controle e mitigação contra ataques de falsificação e rastreamento de dispositivos. A expectativa é que o Wi-Fi 8 reforce a base necessária para ambientes corporativos sensíveis e redes públicas mais seguras.

Executivo da Intel admite que há desafios para implementação no Brasil (Imagem: Shutterstock/A_stockphoto)

O que esperar do Wi-Fi 8?

Retrocompatível com dispositivos anteriores, o Wi-Fi 8 deve chegar entre o final de 2027 e o início de 2028. Entre as mudanças, a Intel cita:

  • Internet mais estável e rápida em toda a casa, com menos gargalos e quedas;
  • Jogos online com menos latência, aproximando-se da experiência de conexão cabeada;
  • Menos interferência com Bluetooth, especialmente para headsets e periféricos;
  • Redes mesh fluindo de forma transparente, com roaming imperceptível dentro de casas e escritórios;
  • Ambientes que reconhecem presença, gestos e proximidade, habilitando novas automações.

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E no Brasil?

Durante a conversa, Cordeiro revelou que desafios podem atrasar a adoção da tecnologia no Brasil. Alguns deles incluem o processo de homologação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a falta de padronização intercontinental. Ainda assim, ele espera que os dispositivos com o novo padrão já estejam sendo vendidos dentro de dois anos, aproximadamente.

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