AGU aciona Meta por robôs que promovem erotização infantil

A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou, nesta segunda-feira (18), a Meta, para que ela retire, imediatamente, de suas plataformas, chatbots de inteligência artificial (IA) que simulam perfis com linguagem e aparência infantis, mas que permitem diálogos de cunho sexual com os usuários.

Os robôs foram criados por meio do Meta IA Studio, disponibilizada pela própria empresa, e desenvolvidos por usuários das redes sociais da empresa.

Pedido da AGU pedido teve como base reportagens da Reuters e do Núcleo Jornalismo (Imagem: rafapress/Shutterstock)

A medida foi tomada pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), após demanda da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

O pedido teve como base reportagens da Reuters e do Núcleo Jornalismo, que mostraram como a inteligência artificial da Meta estava permitindo interações de teor sexual com crianças.

O que a AGU escreveu à empresa de Mark Zuckerberg?

  • Em notificação extrajudicial, a AGU cobra da Meta a indisponibilização de todos os chatbots que utilizam linguagem infantil para propagar conteúdo sexual;
  • Pede, ainda, esclarecimentos sobre as medidas de proteção a crianças e adolescentes em suas plataformas;
  • O órgão destaca que as redes sociais da empresa são acessíveis a partir dos 13 anos de idade, mas não possuem filtros para garantir que menores de 18 anos não tenham contato com material erótico ou sexual;
  • “Tais chatbots têm potencialidade de alcançar um público cada vez mais amplo nas plataformas digitais, especialmente nas redes sociais da Meta, ampliando, de forma exponencial, o risco do contato de menores de idade com material sexualmente sugestivo e potencialmente criminoso. Essa situação oferece risco concreto à integridade psíquica de crianças e adolescentes, além de gerar danos institucionais e dificultar o efetivo exercício do direito à proteção integral [às crianças e adolescentes] previsto no art. 227 da Constituição Federal”, afirma a AGU em trecho do documento.

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Chatbots foram criados no Meta AI (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

A representação ressalta ainda que os conteúdos violam os próprios Padrões da Comunidade da Meta, que proíbem a erotização ou exploração sexual infantil, bem como conversas de caráter sexual em mensagens privadas com crianças.

A AGU também cita a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

O tribunal definiu que as plataformas digitais podem ser responsabilizadas por conteúdos de terceiros quando, mesmo após tomarem ciência inequívoca de práticas ilícitas, não removerem o material imediatamente. Segundo a AGU, esse entendimento reforça a responsabilidade da Meta diante dos casos relatados.

O que diz a Meta

O Olhar Digital procurou a Meta e aguarda um posicionamento oficial.

AGU também citou a recente decisão do STF sobre a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A Meta não para: big tech também roubou funcionários da Apple

A Meta está apostando alto em sua divisão de superinteligência e, para isso, tem contratado os melhores talentos do setor de tecnologia. Após roubar vários funcionários da OpenAI, agora a big tech teria recrutado dois membros importantes da Apple.

Leia a reportagem completa aqui

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