Ciência avança em vacina contra o câncer de pele

O melanoma é o tipo mais letal de câncer de pele. Segundo o Instituto Vencer o Câncer, ele é responsável por 75% das mortes nesse segmento. E atinge aproximadamente 9 mil brasileiros por ano e mais de 130 mil pessoas no mundo.

Essa característica mortal tem uma explicação: o melanoma tem uma capacidade grande de gerar metástase, o que aumenta as chances de atingir o tecido linfático e os vasos sanguíneos, espalhando a doença para outros órgãos.

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Um dos fatores de risco para esse tipo de câncer é a exposição exagerada e sem proteção ao sol. Ou seja, estamos todos suscetíveis a isso. E é por esse motivo que o melanoma é objeto de tantos estudos. A ponto de os cientistas estarem próximos de uma descoberta que pode mudar a história do combate à doença.

Pesquisadores em Londres estão testando a primeira vacina “personalizada” de RNA mensageiro (mRNA) projetada para combater esse tipo de câncer de pele.

O imunizante, desenvolvido pela University College London em parceria com vários laboratórios, é customizado de acordo com o DNA de cada paciente.

Em uma cirurgia, os cientistas retiram o tumor e analisam o material genético. Ao comparar com células saudáveis, eles identificam os traços das células com câncer daquele paciente. A vacina, então, é feita de acordo com o DNA da pessoa e vai ensinar o organismo dela a identificar esses alvos e a criar anticorpos para destruí-los.

(Imagem: wavebreakmedia / Shutterstock.com)

Vacina contra o câncer de pele pode ser histórica

Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmam que essa vacina pode representar um marco nesse tipo de tratamento. Isso porque a mesma técnica pode também funcionar contra outros tipos de câncer, como o de rim e o de pulmão.

A pesquisa já está na fase 3 de estudos, a mais avançada antes de chegar ao mercado. A vacina já passou por testes em animais, testes de segurança e agora começou a experiência em humanos, mas apenas dentro desses ensaios clínicos.

Além da universidade londrina, o tratamento tem o apoio das empresas Moderna e Merck Sharp and Dohme (MSD).

Elas querem ampliar as experiências para outros países, além do Reino Unido, Austrália e Estados Unidos. Pacientes do mundo todo devem ser recrutados, inclusive do Brasil.

Vale destacar que a vacina em desenvolvimento não vai evitar que a pessoa tenha câncer de pele, mas vai tratar a doença em quem já tem.

Um dos pontos negativos é que doses tendem a ser caras, uma vez que os imunizantes serão individualizados, feitos sob encomenda para cada paciente. Apesar disso, os médicos estão otimistas. Argumentam que a descoberta tem mais prós do que contras.

A vacina contra câncer de pele é segura?

Steve Young, um músico britânico de 52 anos, foi a primeira pessoa a tomar a nova vacina.
Imagem: Reprodução/Instagram
Ele teve um melanoma removido do couro cabeludo em agosto do ano passado.

Ao tomar a dose, ele comemorou a chance de enfim superar o câncer:

“Sinto-me sortudo por fazer parte deste ensaio clínico. É claro que não me senti tão sortudo quando recebi o diagnóstico de câncer de pele; na verdade, foi um grande choque, mas agora que fiz tratamento, estou ansioso para garantir que não volte a ocorrer. Esta é a minha melhor chance de parar o câncer”, disse Young.

O objetivo do ensaio internacional no Reino Unido é recrutar entre 60 e 70 pacientes em oito clínicas nas cidades de Londres, Manchester, Edimburgo e Leeds.

Os pacientes do experimento devem ter sido submetidos à remoção cirúrgica de melanoma de alto risco nas últimas 12 semanas para garantir o melhor resultado.

Alguns deles receberão uma injeção simulada ou placebo em vez da vacina.

No entanto, nenhum deles sabe qual irá receber.

Os resultados devem sair nos próximos meses.

Os médicos sempre alertam: quanto antes você descobrir um câncer, melhores as chances de tratamento. E isso vale também para o melanoma. Por isso é sempre importante ficar de olho no seu próprio corpo.

Os sinais mais comuns de melanoma que as pessoas devem ficar atentas são:

Um novo sinal (como pinta, mancha ou verruga) anormal;

Um sinal existente que parece estar crescendo ou mudando;

Uma mudança (de cor ou textura, por exemplo) em uma área da pele que era normal.

Os especialistas afirmam que outra forma de interpretar esses sinais pode ocorrer através de uma lista apelidada de ABCDE:

A – esse novo sinal é assimétrico (ele tem uma forma irregular?);

B – borda (as bordas são irregulares ou desiguais?);

C – cor (o sinal tem uma cor irregular com diferentes tons ?);

D – diâmetro (o sinal é maior que os outros?);

E – evolução (o sinal está mudando? Começou, por exemplo, a coçar, sangrar ou formar crostas?).

Imagem: Inside Creative House / Shutterstock

Vale lembrar que essas mudanças nem sempre são cancerígenas, mas é importante fazer uma revisão. Ficou na dúvida? Consulte o seu médico.

As informações são da BBC.

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