O planeta está escurecendo e isso pode impactar às mudanças climáticas

Um novo estudo analisou dados de 24 anos gerados por satélites da NASA e descobriu que o planeta está escurecendo, com o Hemisfério Norte ficando escuro mais rapidamente que o Sul.

Os pesquisadores estudaram informações coletadas pelo projeto Nuvens e pelo Sistema de Energia Radiante da Terra (CERES), que teve início em 1997. Os dois projetos fornecem observações de ERB (Earth’s Radiation Budget), que mede a energia que a Terra recebe do Sol e irradia para o espaço, e nuvens por satélite.

Estudo com dados de satélites da NASA mostra que o planeta está escurecendo, com o Hemisfério Norte ficando mais escuro que o Sul. Imagem: tifonimages/iStock

O ERB entre os Hemisférios Norte e Sul está aumentando

O estudo revela que a radiação entre os hemisférios está aumentando constantemente, possivelmente devido à diminuição do albedo (a capacidade de uma superfície refletir a luz solar) e às mudanças no vapor d’água, que reduzem a formação de nuvens capazes de refletir a radiação solar, detalha o IFLScience.

Embora o aumento seja pequeno, cerca de 0,34 watts por metro quadrado por década, ele é estatisticamente relevante para futuros modelos climáticos. Como resultado, o Hemisfério Norte está escurecendo mais rápido que o Sul, o que pode dificultar o controle das mudanças climáticas.

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Estudos anteriores sugeriam que a circulação dos oceanos e da atmosfera compensaria esse desequilíbrio, mas o novo levantamento mostra que isso não ocorreu.

Hemisfério Norte absorve mais luz do que reflete

A redução da capacidade do planeta de refletir a luz solar e a redução na formação de nuvens capazes de refletir a radiação, são os causadores do escurecimento do planeta. Imagem: Antrakt2/Shutterstock

A equipe liderada por Norman Loeb, cientista do Centro de Pesquisa Langley, da NASA, descobriu que o Hemisfério Norte tem uma perda líquida de energia radioativa em relação ao Sul. Isso significa que a região é mais escura, no sentido de que absorve mais luz do que reflete para o espaço.

Como o escurecimento do Hemisfério Norte […] não é compensado por mudanças nas nuvens, isso sugere que pode haver um limite para o papel delas na manutenção da simetria hemisférica no albedo.

Norman Loeb, cientista do Centro de Pesquisa Langley, da NASA, em trecho do estudo.

Pesquisadores alertam que o aumento de CO₂ pode causar desequilíbrios na forma como os hemisférios refletem a luz solar. Embora mudanças nas nuvens possam reduzir essa diferença ao longo do tempo, o desequilíbrio hemisférico ainda pode atingir níveis significativos no futuro.

Além disso, o Hemisfério Norte está se aquecendo mais rápido que o Sul, e os trópicos do Norte estão ficando mais úmidos, indicando alterações na circulação atmosférica e a necessidade de novos estudos para entender o impacto dessas mudanças.

Maior absorção de energia solar aquece a superfície, acelerando o aquecimento polar. Imagem: Rixipix/iStock

Mudanças climáticas observadas pelos pesquisadores

Pesquisadores alertam que a perda de refletividade da Terra, causada pelo derretimento do gelo, menor albedo das superfícies e redução de nuvens, pode afetar significativamente o clima:

  • Maior absorção de energia solar aquece a superfície, acelerando o aquecimento polar.
  • Diferenças entre hemisférios podem distorcer previsões climáticas.
  • Possível necessidade de técnicas de geoengenharia para equilibrar a radiação refletida.

O estudo, explica matéria no site Popular Mechanics, afirma que medidas como injeção de aerossóis na estratosfera e clareamento de nuvens marinhas podem ajudar a mitigar o problema, mas não substituem a redução da poluição.

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