‘Se não quiser regulação, sai do Brasil’: Lula volta a defender leis para as big techs

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu novamente a regulação das big techs e disse que as empresas estrangeiras incomodadas em se submeter às leis nacionais podem deixar o Brasil. O recado forte foi dado durante entrevista à Reuters, na quarta-feira (6), na qual ele falou sobre as tarifas impostas pelo governo americano.

De acordo com o chefe do Executivo, as gigantes da tecnologia que atuam no território nacional precisam obedecer à legislação local, assim como as empresas brasileiras presentes em outros países são obrigadas a se submeterem às normas de cada nação. “Se não quiser regulação, sai do Brasil, não existe outro mecanismo”, afirmou, à agência de notícias.

Lula fez duras críticas à tentativa de intromissão de Trump, durante a entrevista. (Imagem: Getty Images)

Defendendo a soberania nacional

O recado de Lula às big techs é uma resposta à carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciando a imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. No documento, o republicano citou ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas, como a suspensão do X no ano passado, chamando-as de “ilegais”.

  • Sobre isso, Lula rejeitou a tentativa de intromissão dos EUA, afirmando que o Brasil é soberano, possui constituição e leis que devem ser seguidas;
  • “É da nossa obrigação regular o que a gente quiser regular, de acordo com os interesses e cultura do povo brasileiro”, declarou, na entrevista;
  • O petista também se manifestou diretamente a Trump, dizendo que ele deve “cuidar dos EUA” e não tentar se intrometer em questões nacionais, chamando isso de “inaceitável”;
  • O presidente comentou, ainda, que só atende às ordens do povo brasileiro, responsável por elegê-lo.

Na sequência da conversa, Lula disse que o Brasil já perdoou outras tentativas de intromissão de políticos americanos, mencionando o golpe de 1964. Para ele, os ataques atuais, que começaram no mês passado, são até mais graves.

“Mas agora não é uma intromissão pequena, é o presidente dos Estados Unidos achando que pode ditar regras para um país soberano como o Brasil”, declarou.

O governo ainda não definiu como irá regular as big techs. (Imagem: Getty Images)

Como pode ser feita a regulação das big techs?

A criação de uma Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) é uma das propostas avaliadas pelo governo federal para a tributação das gigantes da tecnologia. O imposto incidiria especificamente sobre os serviços digitais prestados por companhias como Google, Meta, X e Amazon, entre outras.

Embora a taxação via Cide seja considerada a opção mais adequada para o momento, outras possibilidades não foram descartadas. Entre elas, há propostas como o aumento da tributação via alíquota adicional na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) ou no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

No caso da Cide, uma medida provisória (MP) possibilitaria a aplicação de maneira mais rápida, sendo necessário definir o fato gerador do tributo. Mas no momento, o Palácio do Planalto ainda não tem uma definição sobre o tema.

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