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Visão artificial pode ser próximo passo para os chips cerebrais

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No final de fevereiro, Elon Musk, bilionário dono da Neuralink e outras empresas, anunciou que o primeiro paciente a receber chip cerebral da companhia já conseguia controlar cursor de mouse usando apenas os pensamentos.

O paciente, que não teve seu nome divulgado, não é o primeiro a se submeter a esse tipo de teste. Ao redor do mundo, outras pessoas estão arriscando implantes de chips cerebrais por motivo comum: recuperar a visão.

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Chips cerebrais para recuperar visão

No caso dos chips da Neuralink, o paciente poderá mover estruturas usando apenas o pensamento, o que pode ser aplicado em pacientes com mobilidade reduzida, por exemplo. Outros casos estão corrigindo problemas de visão. É o caso de um dispositivo experimental do Instituto de Tecnologia de Illinois (EUA).

Como contou a WIRED, Brian Bussard, 56 anos, perdeu a visão do olho direito aos 17 devido a descolamento de retina. Anos depois, em 2016, foi a vez do olho esquerdo.

Quando ele ouviu sobre os testes, em 2021, resolveu tentar. Agora, Brian tem 25 pequenos chips instalados no cérebro. Ele conta que não consegue ver por completo ainda e enxerga apenas pontos brancos no formato de pessoas e objetos, mas é um primeiro passo em direção à visão artificial.

Imagem: peterschreiber.media/Shutterstock

Como será a visão artificial

No entanto, segundo especialistas, não se trata de recuperar a visão biológica, como era antes. Na verdade, é sobre dar a indivíduos cegos maior autonomia na vida cotidiana. Entenda como funciona esse tipo de chip cerebral:

Quando a luz chega ao olho humano, ela passa pela córnea e pelo cristalino, camadas externa e intermediária do olho;

Na parte posterior do olho, a retina e as células fotorreceptoras transformam a luz que entra em sinais elétricos;

Esses sinais vão até o cérebro, que interpreta as imagens e as decodifica;

Sem a retina, os olhos não se comunicam com o cérebro, caso da cegueira total. Os chips cerebrais para visão atuam justamente na conexão entre o olho e o nervo óptico, enviando as informações direto para o cérebro;

Os chips são instalados no córtex visual, a parte do cérebro que recebe as informações vindas dos olhos.

No caso dos chips instalados em Bussard, as imagens são processadas usando software que traduz comandos por meio da rede dos chips.

Então, eles acionam eletrodos individuais para estimular neurônios, provocando o estímulo da percepção visual que se parece com pontos de luz (como o paciente relatou ver). Segundo o portal, isso já é suficiente para permitir que ele caminhe em uma sala, realize tarefas básicas e até escolha objetos em uma mesa.

Outros casos

A Universidade Miguel Hernández, da Espanha, é outra que faz implantes cerebrais para recuperar a visão de pacientes. Quatro pessoas já fizeram o procedimento, em fase de testes.

O próprio Musk afirmou, em publicação no X, que a empresa está desenvolvendo dispositivo nesse sentido, chamado Blindsight e que já está funcionando em macacos.

I should mention that the Blindsight implant is already working in monkeys.

Resolution will be low at first, like early Nintendo graphics, but ultimately may exceed normal human vision.

(Also, no monkey has died or been seriously injured by a Neuralink device!)

— Elon Musk (@elonmusk) March 21, 2024

Desafios dos chips cerebrais

Além da necessidade de corrente forte o suficiente para induzir a visão artificial, um dos obstáculos dos chips cerebrais é a longevidade.

Alguns podem chegar a durar meses ou anos, mas podem parar de funcionar quando o tecido cicatricial se forma do redor do implante e interfere na capacidade de captar sinais.

Como a gravidade e a duração do quadro de cegueira de um paciente influencia no funcionamento dos chips cerebrais é outro mistério que o setor terá que solucionar. Bussard, por exemplo, estava completamente cego há seis anos e teve resultados. Mas, se um dia os chips cerebrais poderão restaurar a visão por completo, teremos que esperar para ver.

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